COMUNICADO
A Casota, Associação Guardense de Protecção de Animais lamenta o facto de a Câmara Municipal da Guarda, através da Agência de Promoção da Guarda, estar a organizar uma tourada no âmbito da Feira de São João, agendada para o próximo dia 24 de Junho pelas 17 horas.
A Casota entende que esta decisão é a todos os títulos incompreensível. Trata-se de um escusado retrocesso civilizacional, à escala de uma cidade onde nem sequer a questão da tradição poderia ser invocada.
Não existe na Guarda uma praça de touros – esta tourada está prevista para decorrer numa praça desmontável onde as condições de segurança são certamente questionáveis – e não existe nesta cidade qualquer tradição tauromáquica.
Numa altura em que por todo o mundo locais com tradição tauromáquica (veja-se o caso do México e da Catalunha) decidem dar passos no sentido de proibir estes espectáculos de morte e sangue, numa altura em que autarcas corajosos como o Presidente da Câmara Municipal da Maia proíbem touradas nas suas cidades, numa altura em que cidades como Viana do Castelo se declaram oficialmente como "cidade anti-touradas" , a Guarda retrocede, apouca-se e envergonha-nos.
Julgamos insultuoso que uma autarquia com tantos problemas financeiros, num momento tão difícil como aquele que o nosso País actualmente atravessa e que tantos sacrifícios impõe aos portugueses, que cobra aos seus munícipes taxas de IMI ao nível mais elevado possível e que cobra preços dos mais elevados no fornecimento de um bem essencial – a água – se propõe investir num espectáculo que além de dispendioso é degradante, substituindo-se ao sector privado.
Queremos uma cidade na vanguarda de Portugal enquanto cidade amiga dos animais, progressista e promotora dos melhores e mais avançados valores éticos, que tanto afirma, sem hesitações, a importância inquestionável dos direitos humanos, quanto sustenta, de forma categórica, a respeitabilidade dos animais. É esta a nossa luta diária.
A Direcção
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